Mosteiro Lhodrak Kharchu

O mosteiro de Lhodrak Kharchu, situado no vale de Bumthang, no noroeste do Butão, foi fundado em 1984 por Namkhai Nyinpo Rinpoche, a reencarnação de um lama tibetano cuja linhagem espiritual remonta aos discípulos mais próximos do grande mestre Padmasambhava, do século VIII.

As origens do mosteiro remontam a 1961, quando um representante de S. S. o 14º Dalai Lama visitou o Butão e aconselhou aos poucos monges de Kharchu, que viviam no exílio, que preservassem a tradição e o trono de Namkai Nyingpo. Estes reuniram-se para garantir a preservação da tradição e, em 1972, a actual reencarnação de 7º Namkhai Nyingpo Rinpoche foi descoberta e entronizada. Sabendo que a sobrevivência dos ensinamentos budistas depende inteiramente daqueles que têm a felicidade e a determinação de os praticar, Namkhai Nyingpo Rinpoche sentiu a necessidade urgente de fundar um mosteiro e, em 1982, quando tinha apenas 16 anos, comprou uma pequena porção de terreno em Bumthang, no Butão Central, numa região conhecida por Khandri Sanglam “O Caminho Secreto das Dakinis”. E, praticamente sem quaisquer recursos financeiros, Rinpoche conseguiu construir um mosteiro de dois pisos, suficientemente grande para alojar setenta monges. Atualmente o complexo do mosteiro inclui um edifício de dois pisos onde funciona a Shedra ou universidade de estudos superiores, um dormitório de trinta e três quartos e também uma biblioteca e escritórios.

Desde essa altura, o mosteiro cresceu consideravelmente e atualmente acolhe quase quatrocentos monges. Uma vez que é um centro onde grandes esforços são feitos para preservar e revitalizar a cultura do Tibete, o mosteiro tem de gerir um número sempre crescente de pedidos de admissão. A Shedra ou universidade, na qual os jovens monges efetuam um curso de nove anos de estudos avançados, tornou-se uma das mais prestigiadas do Butão. O curriculum básico começa pela leitura e orações diárias, a aprendizagem das danças rituais, a criação de mandalas e de tormas, e a aprendizagem dos instrumentos musicais. Tudo isto é seguido de estudos de gramática, poética, estudo de inúmeros comentários, acompanhados por instruções de meditação, associadas aos diversos níveis de tantras. Os monges de Lhodrak Kharchu, na sua maioria butaneses, mas também vindos de locais mais remotos como o Tibete, podem escolher entre seguir os seus estudos na Shedra, a universidade de filosofia, ou na Drubdra, onde se praticam as cerimónias e meditação. Actualmente, o mosteiro é considerado um dos pólos mais importantes de revitalização e preservação da cultura budista tibetana na região.

Devido ao número sempre crescente de monges, tornou-se difícil para o mosteiro cobrir as suas despesas correntes. Os investimentos essenciais para o funcionamento do mosteiro foram financiados através de empréstimos solicitados ao governo butanês. Mas estes tornaram-se muito difíceis de saldar devido à subida das taxas de juro. Além deste encargo financeiro, o mosteiro tem de cobrir as suas despesas diárias, que estão sempre a subir devido à chegada de novos monges. Namkhai Nyingpo Rinpoche, dada a sua bondade, não é capaz de recusar os pedidos de admissão ao mosteiro, o que significa que este não consegue funcionar sem ajuda externa.

O Siddhartha tem-se esforçado, ao longo dos anos, em assegurar um financiamento regular ao mosteiro. No entanto, o número de donativos está longe de cobrir todas as necessidades.

Contactos

Songtsen - Casa da Cultura do Tibete
Calçada da Ajuda, 246 - 2A
1300 - 012 Lisboa
office@songtsen.pt

Newsletter

Siga-nos

© Songtsen – Casa da Cultura do Tibete.